segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Poema azul: Esferográfico blues

Segundo o Bol Notícias e os vídeos compartilhados no informe, o guitarrista inglês Eric Clapton mais uma vez apresentou um "show vibrante para um público saudoso no Rio de Janeiro", recheado de blues e longos solos de guitarra na noite de ontem, domingo, dia 09 de outubro. Em comemoração à passagem deste grande músico e 'bluesman' em terras brasileiros, posto hoje o poema inédito "Esferográfico blues", a ser publicado no meu próximo livro "Foda-se e outras palavras poéticas", previsto para o ano que vem. Pra ser lido, relendo o poema "Violões que choram", do poeta simbolista brasileiro - visionário bluseiro tupiniquim - Cruz e Sousa e ouvindo um solo de guitarra de Clapton:



Esferográfico blues

“que outros, que azuis, que lágrimas, que risos,
quanto magoado sentimento eterno
nesses ritmos trêmulos e indecisos.”
Cruz e Sousa, “Violões que choram”

Esferográfica melodia de tristezas vazias,
Minha caneta registra uma angústia azul, um blues,
Minha tinta finita no infinito blues cinza...
E eu não quero dizer nada, mas eis o nada que não cala
E essa angústia que não para de me sorrir...
Assim... Ah, sim: cinza blues !

Existe uma dor que só fala em palavras tingidas de nada,
Existe uma dor que não para enquanto a tinta acaba...



   

Um comentário:

  1. O show do Mr. Clapton em São Paulo foi não menos empolgante. As duas horas de escalas pentatônicas maestralmente dedilhadas mostraram que o blues é realmente a música que melhor expressa aqueles sentimentos que conflitam no interior de cada pessoa. O seu poema conseguiu exprimir bem esses mesmos sentimentos. Odes ao blues, a Clapton e ao grande precursor de tudo, Mr. Robert Johnson.

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