terça-feira, 1 de novembro de 2011

Solidões compartilhadas: O trágico trânsito nas memórias de Mayara Silva

Hoje tive a oportunidade de participar da cerimônia de encerramento do Projeto "Na Educação, devagar também é pressa - Alcino em trânsito", na E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis /RJ. O objetivo do projeto é claro: educar responsáveis e alunos para evitarmos (ou, ao menos, diminuirmos) as constantes imprudências no trânsito e conscientizarmos a todos a gravidade trágica de tais delitos na rodovia 116 - a assiduidade de acidentes, irregularidades e mortes nessa estrada é assustadora, o que tornou o tema educação no trânsito emergencial. 
Trabalhamos com o tema na sala de aula e, a partir de produções textuais, pude perceber o quanto as tragédias no trânsito atingem nossos alunos escritores e as proporções trágicas das frequentes irregularidades no trânsito nessa região. Para refletirmos sobre isso, compartilho minhas solidões mais uma vez com Mayara Silva Jorge, que desta vez emociona nossos olhos sensíveis com mais um belo e lírico texto, desta vez sobre a tristeza diante da morte do irmão Maicon, vítima de um acidente de trânsito na sangrenta BR 116. Para todo motorista leitor pensar, antes de pisar no acelerador. Para todo responsável pensar, antes de deixar que seu filho dirija antes da idade permitida. Para todo mundo pensar: aonde a gente quer chegar com tanta pressa?




Faz mais de três meses...
Eu perdi uma pessoa querida, a qual amava, que num desses acidentes perdeu sua vida. E sei o quanto é doloroso perder alguém amado, perder alguém no qual sempre podia contar, uma pessoa que compartilhava os sentimentos... É difícil acordar todos os dias e saber que você nunca mais verá aquela pessoa. Ficar horas e horas pensando para onde ela foi.
Quando toquei em suas mãos, elas estavam muito frias, pois não havia mais circulação no sangue. Recordo-me daquele momento com uma grande angústia no peito. Com certeza, aquele foi o pior momento de todos os outros. Parecia que meu mundo ia desabar quando o vi ali; deitado no caixão. Sem vida, sem tudo. Ele parecia um anjo que caiu num sono profundo...
(Mayara Silva Jorge)

Um comentário:

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