domingo, 22 de janeiro de 2012

Mais um poema ferido contra as pedras no caminho


Após passar por mais alguns equívocos, trapalhadas, armações, omissões, que fazem nós, poeta, sentirmo-nos meio ridículos em nossas armaduras quixotescas, mais um poema surge à beira do precipício. Sim, a Dulcinéia existe e ela não é só um delírio. Deixo aos leitores mais um poema sobre resistir com poemas num mundo anti-lírico, variação de um mesmo tempo e com a mesma insistência que me faz continuar escrevendo neste blog e fazendo/participando de evento – sempre há um olhar carinhoso para um mendigo poeta marginal:

No caminho da poesia, existem muitas pedras sem poesia...
Tento passar ileso por elas, mas quase sempre tropeço nelas
(são tantas pedras não poéticas, meu Deus,
que o rochedo aumenta a cada dia...)
Arranhado em algumas estrofes, sigo minha via crucis,
pois, no final da estrada, sempre há uma dor bonita que me ressuscita,
sempre há um verso salvador pra me curar.

Mesmo que algum lirismo meu se machuque no caminho,
as pedras passageiras sem poesia permanecem estagnadas,
enquanto meus poemas seguem o infinito,
como britadeiras macias que abrem ruas inteiras só com palavras.

Um comentário:

  1. Oh! Homem de pouca fé rsrsrsrs), és cego? Estás com tramelas nos olhos? Não percebes que sois um midas da poética. Nenhuma pedra fica ilesa a tua passagem homem lírico. Não precisas de salvação, és a salvação de todas essas pedras. Talvez exagere em meu comentário, mas me diga, quem em sã consciencia escolhe essa via crucis, senão um cordeiro disposto a ser imolado? Coragem Carlos, não estas so.

    Sempre existiram os inssurgentes como tu, meu amigo. Sempre haverão aqueles dispostos a sentirem uma dor bonita que os ressuscitarão.

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