quarta-feira, 28 de março de 2012

Poemas piadas pra um Brasil sem graça: Quem disse que Millôr morreu?

Millôr Fernandes curtindo sua eternidade
e rindo da nossa cara triste
Primeiro foi Chico Anysio, agora vai o Millôr Fernandes... Com a morte de tantos gênios divinamente sacanas, o Brasil está ficando definitivamente sem graça. Mas, dessas tais mortes não falarei mais nada; em homenagem ao Millôr, poeta da vida, dessa tal de Morte só falarei poemas piadas. Em homenagem à eternidade de Millôr, em busca da restauração da graça perdida, alguns inéditos poemeus a favor da vida que, sempre sacana, jamais se acaba:



Elegia da morte da piada no Brasil de agora

Deus, triste com o mundo que criou,
Primeiro convocou Chico Anysio
E depois levou o Millôr...

Agora o céu sorri eternamente
Enquanto a chuva chora o Brasil que sobra
O Brasil incompetente...

Haicai sem métrica pra piada sem graça

Ah, triste piada!
Millôr sorri pra eternidade
Enquanto eu choro a sua falsa efemeridade!

KKKKKK

Piada máxima: Millôr morreu
Kkkkk Só os tolos lamentam seu triste fim,
Pois não sabem que um Millôr só morre
Se for de tanto rir!

Longe das lágrimas dos parvos,
Lá vai Millôr todo safo
Com a eternidade a lhe sorrir!

A última sacanagem de Millôr

Millôr sempre foi sacana
Veio a morte buscar o cara
Ele, eterno, lhe dá uma banana!

Poemeu da negociação da Morte com Millôr Fernandes

“É assim, Millôr”, a Morte explica,
“Hoje eu levo a tua vida,
Amanhã você ressuscita com tua poesia!”

Millôr sorriu-lhe e nada disse,
Pensou que a Morte era uma alucinação triste;
Para o poeta da Vida, a Morte não existe!

3 comentários:

  1. Ah, poeta, trouxeste graça e esse dia de desgraça! Parabéns. Salve MIllôr Grande Grande Grande!

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  2. Perda! Mas eternizado enquanto vivermos e mantermos nossas reminiscências conscientes!

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  3. Estava esperando o seu pronunciamento (pelos dois: Chico e Millô) kkkkk.
    Fiquei a pensar nas frases que esses dois homens notórios falaram sobre a morte.

    Chico: "Não tenho medo de morrer, tenho pena"
    Millô: "É meu conforto: da vida só me tiram morto. e O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas."

    Eu (rsrsr): Cada um a seu modo viveu a vida integralmente, o que não foi possível, não foi possível e ponto.

    Não sinto pena e não lamento. ambos viverão em nossa história coletiva e individual. O Que tenho é o privilégio de ter usufruido e de usufruir ainda dos frutos (obra) da vida desses dois contemporaneos meus, que por sinal é imensurável.

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