sábado, 22 de dezembro de 2012

Solidões Compartilhadas: As notas da criação de Gabriel Carvalho


Hoje compartilho, pela primeira vez, minhas solidões poéticas com o fodástico escritor, músico e desenhista (mais fácil seria tentar definir a arte que esse artista não pratica rs)  Gabriel Carvalho, vocalista da banda Black Cult. No oitavo Sarau Solidões Coletivas In Bar, Gabriel me emprestou uma folha com um de seus poemas para eu declamar; me emprestou e eu não devolvi, pois, apesar da timidez do poeta, considero que tais obras não devem viver moribundas em gavetas esquecidas de nossas hesitações – poemas nasceram pra voar para a gaiola liberal dos olhos dos leitores, sem medo dos céus da boca, que os declamarão ou não; os céus não são o limite – são a vertigem desejada, o abrigo ideal dos escritos e contém as línguas que nos unem.
Bem, voltando à apropriação do poema de Gabriel: ao levar a folha pra casa e perceber melhor o verso dela (na hora da declamação, pra mim, só havia a frente da folha, um frio na barriga natural meu toda vez que declamo algo novo e que merece toda minha adoção, o violão do poeta e o público), descobri que não me apropriei apenas de um poema e sim de dois, e se um é bom, dois é muito bom demais!!!
Contrariando a minha proposta inicial, compartilho primeiro o poema que encontrei no verso da folha e não o que eu declamei, somado a alguns desenhos do artista que eu fotografei (o outro poema está devidamente guardado para o próximo aniversário de Álvares de Azevedo, poeta homenageado por Gabriel). Sobre o estilo poético de Gabriel Carvalho, vale ressaltar a preferência pelo gótico e a herança ultrarromântica vinda da admiração pelos versos de Álvares de Azevedo, sua melodia melancólica e o desejo sombrio de deixar de ser sombra (paradoxal, né? Pois o paradoxo beija a poesia assim como o beijo procura os lábios).
Conheçamos o mundo das sombras de Gabriel Carvalho neste início obscuro de verão, amigos leitores, pra que encontremos a luz no escuro, o sol oculto em nossos corações:

As notas da criação

A chuva cai sobre meu violão:
Eu sinto o cheiro da emoção,
Posso ver e posso tocar
AS NOTAS DA CRIAÇÃO.

Acalentar acordes sombrios
E BUSCAR EM DIAS FRIOS OLHOS DE VERÃO
Silenciar a voz DEIXANDO A ALMA BRILHAR
Para que possamos AMAR.

AMAR AS SOMBRAS
QUE SÓ QUEREM DEIXAR
DE SER SOMBRAS...

Desenhos ou poemas sem palavras 
de Gabriel Carvalho











Um comentário:

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