terça-feira, 5 de março de 2013

Solidões psicodélicas compartilhadas: Apertando poemas com Ana Mutante


O último Sarau Solidões Coletivas In Bar pós-carnaval, do dia 16 de fevereiro, chamado “Depois das cinzas, a fênix mutante ressuscita”, em tributo ao rock e à contracultura de 1970 (sei que os vídeos estão atrasados, amigos leitores; uma série de problemas está prejudicando a edição final dos vídeos e gerou uma perda de parte do evento), nos proporcionou a oportunidade de conhecer vários novos talentos da região.
Ontem, apresentei para vocês a fodástica e jovem poeta Ágatha Barros. Hoje, compartilho com vocês os espetaculares poemas de outra grande poeta que conheci neste último sarau: a misteriosa e psicodélica Ana Mutante, que, para preservar sua arte libertária, mantém em segredo sua verdadeira identidade. E não é pra menos: Ana Mutante não tem papas líricas na língua; seus poemas são libertários, beirando o libertino anárquico, presos somente à liberdade total de expressão (não vejo algo tão ‘desbunde’ desde o poema “Tira a roupa e vem” [não sei se esse é o título; mas é o verso que não sai da minha cabeça rs], do poeta Lisérgio Virabossa, pseudônimo do mestre do lirismo Alexandre Fonseca, autor do blog “Algum canto em meu sorriso”) . Rico em recursos poéticos, os fodásticos poemas de Ana Mutante nos trazem um retrato psicodélico da década de 1970. Iluminada por uma espécie de LSD poético-libertário, Ana Mutante escancara as portas das percepção e nos revela uma visão otimista e extremamente lírica de uma geração louca, inspirada na banda Mutante e em outras coisitas más.
Libertemo-nos da caretice com Ana Mutante, amigos leitores!
  
A década de 70 (I)

Foi o 70 que me inspirou.
Tantas vezes me perdi e me encontrei
quando as mudanças me entreguei.
O som do rock! Que choque! Me pirou!

Costumes rompi, liberdade pedi...
Nessa viagem entrei,
De cabeça mergulhei.
Essa psicodelia louca senti

Foi o 70 que me fumou
Rita Lee, Os Mutantes, idolos inconstantes
Expoentes destes anos inocentes.
Onde tudo se permitiu, tudo se liberou.

E aí? Alguém sabe para onde vai essa gente?
Relaxa bicho! Não grila! Só sente!
Apertai aí que Deus consente!



A década de 70 (II)

Me diga por que
Os 70 mudaram você!
Tudo é novo então...
Você não enjoa não?

Que loucura, mora!
Quase perdi a hora!
É Rita Lee que canta agora?
Vem logo! Não demora!

Os 70 já fizeram história.
Mudaram mentes,
Corromperam inocentes.
Tiveram dias de glória!

Em meio a novos ideais,
Pregaram amor e paz
E enlouqueceram uma geração
Com sexo, drogas e muita diversão!


Um comentário:

  1. Realmente este desbunde todo aconteceu nos anos 70. Só quem passou sua juventude nos anos 70 entende perfeitamente os versos da autora Ana Mutante.
    Eu vivi e vi os anos 70 in loco!

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