domingo, 11 de maio de 2014

Poemas maternos: Mãe, minha subversão poética do Pai de Fábio Jr.

Hoje comemoramos o Dia das Mães (ah, humanos, como se achássemos que o Dia das Mães é um dia só) e, aproveitando a data, pedi que a minha mãe, a famosa Dona Vanda, sugerisse o cantor / cantora que eu iria homenagear nesta postagem do blog. Por isso, meu tributo lírico-musical de hoje é uma homenagem ao fodástico cantor romântico Fábio Jr.
Guardo boas lembranças de Fábio Jr.: minha mãe tinha um LP chamado “Fábio Jr. Ao Vivo”, que eu, moleque, volta e meia ouvia (na adolescência, continuei a ouvi-lo, mas escondido dos colegas rs) e uma das suas canções que mais me emocionam (até hoje!) é a super-famosa “Pai”. Devido a essas lembranças, resolvi fazer uma subversão poética da canção de Fábio Jr., transformando-a num poema para minha mãe, tentando assim homenagear não só o cantor que ela pediu, como também ela mesma.
Essa é pra ti, Dona Vanda! Pra ti, minha querida mãe, e para todas as mães que ainda cultivam sonhos românticos como as canções de Fábio Jr. no coração de todo filho.

Mãe

Mãe, é certo que daqui a alguns dias
terei que partir, seguir minha vida
e talvez a distância, por menor que seja,
nos parecerá infinita.
Mãe, com certeza, na solidão da rotina,
eu sentirei falta dos carinhos
e de suas mãos tão macias,
o som da sua voz da cozinha
me dizendo que o almoço está pronto,
pra eu vir logo pra mesa,
senão a comida esfria
e que fica ruim requentar...
Mãe, daqui a alguns dias, com certeza,
as noites me parecerão mais frias,
longe do seu lar doce lar.
Mãe, pra você eu sou a mesma criança,
mesmo longe dos 20
e já passando dos trinta,
ainda tenho aquela velha insegurança
pra brincar de adulto
nesse mundo que mata esperanças
que você me cultivou desde cedo.
Mãe, eu ainda me sinto pequeno
pra um mundo tão gigantesco
e ainda sou incapaz
de matar o brilho daquele menino
que você ensinou a sonhar.
Mãe, eu talvez não possa lhe oferecer
tudo que você mereça ganhar
e toda a minha angústia seja
por eu não ser tão capaz
de só trazer alegrias ao seu peito,
mas eu juro que tento,
mesmo meio sem jeito,
eu tento
e vou continuar a tentar...
Mãe, talvez eu nunca lhe dê
aquele lindo netinho
que você sonha em ninar
mas eu lhe ofereço toda minha poesia
feita na febre dos dias
com todo lirismo possível
pra acalentar o filho impossível
que não desejo gerar.
Mãe, você é toda força lírica
que me faz continuar,
por isso, na distância,
há essa saudade infinita
de nossos dias de guerra,
de nossos dias em paz.
Mãe, eu não tenho o dom de prever,
mas posso dizer que por mais obscuros
que sejam os dias futuros,
eu jamais vou lhe esquecer,
porque eu a amo demais
e nunca vou deixar de ser
aquele moleque maluco
que insiste em despertar os sonhos
que você me ensinou a sonhar.




Um comentário:

  1. Surpreendentemente lindo! Parabéns! Que as asas da mãe que sonha e nos impulsiona nos voos a vida ,nunca nos falte.Que a coragem de ser mãe nos motive a queremos sempre o melhor.

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