quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O meu último poema de 2014 (ou Eu eternizo meus amigos antes que leve-os contigo)

2014 parte, levando consigo vários artistas fodásticos. Só me resta nesta última postagem, homenagear aqueles que se foram e desejar um próspero – e menos trágico – ano novo.



O meu último poema de 2014 
(ou Eu eternizo meus amigos antes que leve-os consigo)

“Tudo que morre fica vivo na lembrança
Como é difícil viver carregando um cemitério na cabeça” (Biquíni Cavadão)

Ah, 2014, levaste de mim tantos amigos longíquos...
As rosas finalmente falaram, mas exalaram o perfume da morte
na vida de Nelson Ned, interrompida por ti...
Jair Rodrigues hoje faz as nuvens suingarem
e nega todo lamento por seu passamento
(“Deixe que digam, que pensem, que falem...”
– as gotas da chuva repetem sua canção mais popular)
Tommy reconstitui a formação original dos Ramones nos céus...
A voz rouca de Joe Cocker agora disputa vaga entre os trovões
das últimas chuvas em ti...
A comicidade de Robin – My capitain, my capitain! –
revelou uma melancolia profunda, mortal em ti...
Seymour interpretou um anjo absolutamente louco
e voou acima das estrelas de Hollywood,
indicado ao Oscar celeste por ti...
Hugo Carvana, o eterno malandro,
Paulo Goulart, que regia a Orquestra de Senhoritas,
Wilker, o felomenal,
também se tornaram protagonistas
dessa peça trágica escrita por ti...
Gabriel García Márquez desfila suas memórias
e seus cem anos de solidão em meio a multidão celeste...
O sorriso largado de lagarto de João Ubaldo
agora só se abre no firmamento, depois de ti...
Ivan, que sagrou e consagrou tantos ossos em versos eternos
agora é ossos e eterno também...
Ariano foi levado pros altos além dos autos da Compadecida
no mês em que o signo de Leão começava a reinar em ti...
O pássaro encantado que voava nos lábios de Rubem
levaram-no pra muito mais além das aves e dos Alves
(na nuvem em forma de sonho, em que ele agora descansa
uma lágrima de liberdade eternizada é derramada em toda chuva)...
Luciano do Valle foi promovido à Divisão Acima dos Homens
e agora narra os dribles e paixões dos craques celestes...
E até Bolaños, sempre sorridente, partiu com o menino Chaves
pras vilas celestes de Chaplin, tão longe daqui...
Ah, 2014, levaste de mim tantos amigos longíquos
que a Grande Distância já se tornou um ente querido,
mas deixaste o meu sorriso triste - triste, mas ainda sorriso,
pois nele permanece o infinito dos amigos partidos,
ainda existe poesia em mim, mesmo depois de ti!
Adeus, 2014,
preciso seguir 2015
e manter vivos aqueles que levaste de mim!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Janaína da Cunha, a Protagonista dos mais belos versos da poesia universal

Yeah, amigos leitores, 2015 nem começou e já traz promessas de realizações mais que fodásticas: soube, em primeira mão, que a mais-que-fodástica artistamiga e super-ativista cultural Janaína Cunha, autora do fodástico livro - pérola lírica - “Entrega”, lançará outro fodástico livro de poemas no ano que vem, pela Editora Maple, do competentíssimo e genial poetamigo Diogo Aguiar. Yeah, amigos leitores, a poesia está a cada ano alçando maiores e mais belos voos!
Soube da revigorante notícia através da própria autora, em comentários no facebook, e, é claro, notícias boas a gente divulga aos quatro ventos pra poesia mais-que-fodástica ganhar mais asas!
Hoje tenho o prazer de compartilhar um dos fodásticos e fascinantes poemas que farão parte do próximo livro de Janaína da Cunha.
Degustem, como eu, fascinados a poética madura, versátil e fascinante da mais-que-fodástica mestre lírica Janaína da Cunha, a Protagonista dos mais belos versos da poesia universal, amigos leitores!

Já fui Joana D’Arc e a Meretriz da Esquina.
Já fui a Rainha Louca e a Virgem Maria.
Sou as diversas fases da Lua
vestida de noite ou totalmente nua.
Sou todas em uma, mas em todas A Protagonista.
Não me permito ser coadjuvante ou uma simples figurante.
Pode me chamar de metida: eu meto e me meto.
Não aceito a conformidade de padrões sistemáticos.
Com o tempo amadureci sem medo.
Tenho uma metralhadora no silêncio e flores no olhar.
Às vezes eu saio sangrando por aí
e nesse sangue vou vermelhando
todo Amor sem gosto e cor.
Roubei a pena do Papagaio Falador
e a mergulhei na sujeira da ingratidão.
Com ela escreverei versos onde os Poetas
dancem pelas ruas suas palavras desnudas...
que o Verbo emocionado seja meu chicote!
Quero uma orquestra de buzinas no engarrafamento
e o direito de me arrepender das péssimas escolhas.
Hoje despertei para chamar atenção.
Vou anarquizar os ouvidos dos hipócritas
e vomitar minhas verdades no chão.
Aquele beijo roubado de um cigarro compartilhado
joguei na privada pública e dei descarga.
A imagem do teto preto sentado na calçada
me traz nojo e irritação!
Não sei o que é pior: não realizar nenhum sonho
ou realizar alguns que tragam consequências desastrosas.
Chorei por mim, chorei por você, por eles... por nós.
É uma contradição o homem de bem brigar para ter paz.
Ai, ai meus ”ais”!!
O sorriso sincero é o maior ato de perdão.

(Janaína da Cunha)

Retrato de Brigitte Bardot pintado por Andy Warhol, em 1974, inspirado numa foto
que o americano Richard Avedon tirou em 1959 da protagonista
do filme "E Deus criou a mulher" (1956).

sábado, 27 de dezembro de 2014

O Haicai ralado que escrevi no Balneário do Gaim

Hoje, à tarde, aproveitei a fodástica tarde de verão com os amigos, curtindo a natureza no Balneário do Gaim, em Valença/RJ. Mas nem nesses momentos a poesia me deixa (por mais escrota que seja ai, ai...): logo que chegamos ao Balneário, vi um rapaz, que estava andando nas pedras da cachoeira, tomar um tombaço e ralar as nádegas naquele ambiente natural – nada muito grave, mais ferido provavelmente saiu seu orgulho, mas a cena me inspirou um poema cretino, bem ao estilo poema-piada do poeta modernista Oswald de Andrade em sua primeira fase.
Diante da queda do rapaz no meio de tanta natureza, resolvi brincar com o gênero poético haicai (ou haiku) – o meu poema segue a forma tradicional do gênero (3 versos – o primeiro e o terceiro com 5 sílabas poéticas e o segundo com 7), mas seu conteúdo só serve ao trocadilho sonoro com o nome desse tipo de poema. Como eu disse antes, o conteúdo e valor do poema são absolutamente questionáveis, mas como o haicai me veio à cabeça na hora, trago em primeira mão [e cretinice] o pequeno poema-piada.

O Hai cai ou hAi ku

Foi na cachoeira
e ralou a bunda inteira
descendo a pedreira.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Meu primeiro conto de Natal: Eu enfrentaria todos os ateus e acolheria todos os filhos de Deus por um sorriso teu

Então é Natal? Então é Natal! Então é Natal. Então é Natal...
Neste ano, na segunda-feira, dia 22 de dezembro, às 19h, na Biblioteca Municipal D. Pedro II, em Valença/RJ, estive presente no lançamento da “Coletânea de Natal - Presente do Céu”, da Interagir Editora, livro no qual tive a honra de dividir as páginas com fodásticos escritores-amigos e vencer um desafio: escrevi meu primeiro conto de Natal chamado "Eu enfrentaria todos os ateus e acolheria todos os filhos de Deus por um sorriso teu".
Como a coletânea teve uma edição limitada (e já esgotada!) e não posso presentear todos os amigos leitores com um exemplar do livro, trago hoje ao blog esse meu primeiro conto de Natal para a análise e crítica de todos (só peço que não esperem as mensagens convencionais, ho,ho, ho, ainda sou o mesmo contista do Diários de Solidões Coletivas)!

Eu enfrentaria todos os ateus e acolheria todos os filhos de Deus por um sorriso teu


- Então, Artur... você vai ou não vai na festa de Natal na casa da tia Esmerendinalva comigo, meu filho?
O tom intimatório da pergunta de mamãe me acorda do passageiro desligamento que sempre sofro quando chego a sua casa após uma longa viagem de oito horas de Dilmópolis para minha pequena e pacata Shangri-lá. 
Desde que me mudei daqui para encarar os desafios de ganhar a vida na cidade grande, é sempre assim: chego atordoado com a longa viagem de retorno à terra natal, mamãe me abre a porta, me recebe, me sorri, me abraça, me oferece um café e, depois, fala sem parar das velhas novidades de Shangri-lá – quem morreu, quem adoeceu, quem também deixou a cidade pra buscar um futuro financeiramente melhor, quem perguntou de mim, quem se esqueceu, quem não está mais nem aí nem aqui... E eu, ainda em estado vegetativo por causa da viagem, pesco uma história ou outra contada por ela, mas sempre perco algum fio do novelo de histórias que ela me conta. É aí, sempre nesse momento, que mamãe atira alguma pergunta, referente ao seu monólogo, que nunca sei responder.
- Hã? É... bem... – gaguejo uma resposta que nada responde. Enquanto balbucio, tento me localizar no tempo-espaço, após o breve período de alheamento: hum... vamos ver... estou em casa, sentado num dos sofás da sala, ao meu lado a pesada mochila que ainda não descarreguei, no outro sofá a minha frente mamãe me encara, entre nós a mesa de centro com cinzeiros, a xícara de café esvaziada por mim e a velha e resistente planta enfeitando o jarro no centro da mesa de centro, continuo gaguejando, preciso retornar ao planeta Terra, mamãe me encara, ah, não, tarde demais pra me recompor, mamãe já me manda aquele olhar condenador.
- Será que dá pra você dar um mínimo de atenção a sua mãe, Artur?
Mamãe traz aquele velho olhar punitivo, aquele que eu já reconheço desde pequenino, quando a desobedeci e fui jogar bola com meus amigos em frente de casa, estraçalhando o vidro da janela do nosso vizinho. Há muito tempo que o vidro estilhaçado foi recolhido, que a janela foi consertada, que o vizinho até vendeu a casa e se mudou, mas o olhar de repreensão de mamãe continua o mesmo e, nesse momento, chegando aos quarenta, continuo me sentindo o mesmo menino condenado ao inferno da quase orfandade por ter desobedecido a uma ordem materna. Reparo no rosto de mamãe: o tempo lhe trouxe algumas rugas e olheiras a mais, um ar mais cansado e impacientes cabelos brancos que se multiplicam em sua cabeça, apesar de ela insistir em pintar o cabelo. O tempo trouxe muitas mudanças físicas em mamãe, mas não conseguiu envelhecer o olhar fatal que ela me atira sempre que descumpro com minhas obrigações de filho atencioso e obediente às regras maternas. Ameaço voltar a balbuciar algo, mas lá vem a segunda facada na fala cortante de mamãe:
- Tem vezes que eu acho que você saiu daqui de casa e foi pra longe só pra fugir de mim...
Ela sabe que não é verdade; na época, não tive escolha: ou aproveitava o emprego público e estável, com possibilidades de uma vida melhor pra mim e pra ela, que Dilmópolis me oferecia ou vivia na penúria dos subempregos que a minha pequena, pacata e decadente Shangri-lá me fornecia. Desvio rapidamente meus olhos pras paredes da sala – algumas partes estão descascadas, precisam de uma nova pintura e, devido ao orçamento apertado de fim de ano, ainda não consegui juntar uma grana extra. Grande m... ilusória essa de tentar me tornar rico com um empreguinho público em Dilmópolis; conseguimos sobreviver, mas a tal da vida melhor continua sendo um sonho distante. Retorno o olhar para mamãe; ela sabe que não é verdade que saí daqui para fugir dela – há alguns anos atrás, a insinuação dela geraria uma grande discussão entre nós, mas, com o passar dos anos, aprendi que não adianta disputar razão com quem me gerou e que, por mais insólito que pareça, sempre merece ter razão.
- Me desculpe, mãe, eu estava distraído. A viagem é cansativa, cê sabe como é, me desculpe, pode repetir a pergunta, por favor? – não é a melhor das minhas respostas, mas, pelo menos, garante uma efêmera bandeira de paz na ameaça de uma iminente guerra familiar.
Mamãe faz um ‘hum’ repreensivo, mas o semblante austero aos poucos se desfaz: estou temporariamente perdoado. Ela realinha seu novelo de histórias, retorna didaticamente ao início de sua palestra:
- Você sabe, né, meu filho, que, depois que a minha mãe, que a sua vó morreu, a família fica muito separada, muito distante, né. Mas a noite de véspera de Natal é sempre a chance de novamente nos reunirmos, né, retornarmos a ser uma família unida, com todos os parentes juntos.
Mentira... antes mesmo de vovó falecer, a família já estava se espalhando, alguns ficavam breves momentos na noite de véspera de Natal só pra representarem seu papel, mas percebia-se o ar pesado, um ou outro sorriso amarelo de ser ocupado demais pra se manter ali estático e o semblante de alguém que apenas automaticamente cumpria sua obrigação. Após uma rápida aparição, percebia-se também no semblante do parente que inventava uma desculpa e saía mais cedo da festa um certo ar de alívio enquanto se despedia. Penso em tudo isso, mas nada digo, mantenho o olhar atento para minha mãe, não posso deixar que ela me pegue novamente distraído, seria a declaração da pior das guerras, onde tanto eu quanto ela sairíamos feridos.
- Sei... – comento vagamente, apenas para que ela me veja consciente de suas palavras e prossiga com a narrativa, cujo final já conheço de cor.
- Então... Nesse ano, como nos outros, a família decidiu novamente se reunir na casa da sua tia Esmerendinalva, pois é a mais próxima, a melhor localizada pra todo mundo.
Mentira também... Qualquer casa seria um bom local. A ‘família’, a mesma que, nesses quase dez anos, jamais me visitou em Dilmópolis, decidiu pela casa da tia Esmerendinalva, porque ela foi a primeira a oferecer o espaço para as festividades da véspera de Natal, após a morte de vovó. A única coisa que a ‘família’ mantém realmente como tradição é o lance de delegar funções vitalícias a um dos parentes, como um patrão atira algumas de suas responsabilidades em cima de um encarregado: foi assim quando deixaram mamãe responsável para cuidar de vovó até seu falecimento, enquanto os demais filhos e netos nos visitavam esporadicamente, quase sempre ignorando as reclamações e alertas que mamãe fazia sobre o estado de saúde de vovó; é assim agora com a tia Esmerendinalva, promovida a anfitriã da familiar festa de véspera de Natal e será sempre assim que resolveremos os assuntos e necessidades pendentes das reuniões familiares: delegando a dor do parto a uma Eva, enquanto os demais usufruem do Éden. Penso nisso e, às vezes, me escapa um ar magoado, mas nada disso deve ser novamente falado em voz alta por mim, como já fiz em momentos anteriores, pois, nesse tiroteio de verdades, somente mamãe e eu sempre sairemos feridos.
- É verdade... – comento mais uma vez vagamente, me esforçando pra que não soe irônico. “Mentiras sinceras me interessam”, já diria Cazuza. Que mamãe continue com a narrativa.
- Então, meu filho... você vai comigo na festa de Natal na casa da tia Esmerendinalva, né, Artur? – o segundo vocativo sem a palavra filho já é um aviso de que ela mais uma vez me deserdaria se eu ousasse dizer não como fiz há uns 7 ou 8 anos atrás. Até hoje me arrependo daquela negativa – ao invés de ficar com a ‘família’, fui beber com os amigos; acordei no dia 25 de dezembro com uma baita ressaca, abraçado a um dos reis magos capturado no presépio montado pela Prefeitura no centro da cidade. Encarar mamãe naquela tarde de 25 de dezembro foi como esfaquear minha própria alma: me senti tão culpado que até achei que cresceram novos cabelos brancos na cabeça de mamãe por causa de minha heresia com as reuniões sagradas familiares. Ela não falou quase nada comigo, o silêncio repreensivo dela trazia todas as condenações dos anjos do apocalipse. Não dito, mas maldito e feito: passei por um dos piores anos da minha vida e o destino só aliviou minha via crúcis quando, no ano seguinte, voltei a frequentar as festividades de véspera de Natal na casa da tia Esmerendinalva.
Enquanto relembro isso, mamãe me encara. Percebo sua agitação nas mãos que espantam algum mosquito invisível – mamãe sempre foi uma péssima atriz quando o papel lhe exige uma calma impossível, que o tempo lhe transformou em serena impaciência. Pra ganhar tempo na peça teatral que ensaio, acendo um cigarro. Queria confessar a mamãe que, nestas festividades familiares, me sinto como a velha do conto “Feliz aniversário”, de Clarice Lispector, considerando todo o mundo ao redor como algo desfigurado, enfraquecido e desmoralizado. Enquanto coloco o isqueiro sobre a mesa de centro após acender o cigarro, revisito o olhar de mamãe: nos olhos dela, repousa a estrela guia que leva todos ao Menino Jesus; queria ter um terço do brilho eterno que os olhos dela mantém, apesar de todos os percalços que a vida lhe impôs; sim, queria, como ela, continuar a acreditar na bondade absoluta e no infinito que fazem os olhos dela brilharem tanto a ponto de, às vezes, me cegar.
Finalmente, consigo atirar-lhe um sorriso perfeito de eterno menino, filhinho da mamãe, e lhe respondo:
- É claro que eu vou contigo, né, mãe!
Mamãe sorri. E este sorriso é o poema mais belo que nenhum poeta do mundo seria capaz de reproduzir. Nem sempre fui um bom menino, mas, agora, com quase quarenta anos, prometo ao Papai Noel da minha consciência que vou me comportar. E meu único pedido de presente é poder preservar este sorriso de mamãe por toda eternidade em todas as vésperas de festividades de véspera de Natal na casa da tia Esmerendinalva.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Mais Mulher: Um dos Frutos Magníficos dos Caminhos Abertos de Carlos Venttura

Fim de noite na véspera da véspera de Natal no Brasil, nada melhor que presentearmos nossos ouvidos com boa música, por isso hoje compartilho a fodástica canção “Mais Mulher”, composta pelo mais-que-fodástico artistamigo Carlos Venttura.
Presidente da Academia de Letras do Brasil (ABL) – Seccional Suíça, nascido em Salvador-BA e atualmente residindo em Berna, na Suíça, Carlos Venttura possui uma série de trabalhos autorais e interpretações de grandes clássicos da MPB, que o talentoso artistamigo divulga no facebook. Dono de uma belíssima voz e composições de arranjos arrojados e, ao mesmo tempo, sublimamente populares, Carlos Venttura logo me chamou atenção, principalmente pela magnífica “Mais Mulher”, segundo ele, “mais uma canção autoral composta para a voz de Alcione”.
As composições de Carlos Venttura, que mesclam o refinado e o popular, refletem seu trabalho a frente da ABL, onde o artistamigo também revoluciona, ao destacar, no ambiente acadêmico, artistas de todos os tipos e gêneros.
E o ano que vem promete, amigos leitores: canções fodásticas como “Mais Mulher” são fruto do processo de seleção de parte do repertório para a turnê Brasil 2015 do projeto show “CAMINHOS ABERTOS”, do fascinante artistamigo Carlos Venttura!
Abaixo, compartilho com os amigos leitores a brilhante letra da música “Mais Mulher” e um vídeo no qual Carlos Venttura interpreta sua belíssima canção autoral.

Mais Mulher
(Carlos Ventura)

O que é que eu vou fazer,
Se não tenho os seus braços pra me proteger,
Pois já me acostumei a viver com você,
Amor.
Primavera florida era a nossa estação.
Nossas noites de amor eram como um verão.
E do inverno de nós o frio só restou e a solidão.
O que é que eu posso fazer se já chegou ao fim,
E eu não posso deixar tudo acabar assim.
Dediquei minha vida a você,
Toda minha alegria e prazer,
Os meus sonhos.

Como vou viver,
Sem o calor do teu corpo pra me aquecer,
Sua forma gostosa de me dar prazer,
Que me leva aos sonhos.
Tudo bem, vá embora, não olhe pra trás.
Eu vou me reerguer, não me procures mais.
Nosso caso acabou, não tem volta.
Segue o seu caminho e esquece a minha porta.

Se não tem nada a dizer pode sumir daqui
Pois eu sou mais mulher que você possa supor.
Você não foi o primeiro,
Nem meu último amor.
Vou abrir o meu peito, escancarar a porta,
Encontrar outro amor, estou ferida, não morta.
Alguém que vá me compreender vai me dar muito amor e prazer.

Se não tem nada a dizer pode sumir daqui.
Por favor, em silêncio, não quero nem lhe ouvir,
Pois nada que você me diga,
Vai reverter minhas lágrimas, curar minha ferida.
Vou abrir o meu peito, escancarar a porta.
Encontrar outro amor,
Estou ferida, não morta.
Alguém que vá me compreender vai me dar muito amor e prazer.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Minha Primavera Fúnebre às Vésperas do Verão em Humaitá

No dia 15 de dezembro, às vésperas do verão (iniciado hoje), tive a honra de declamar meu poema “Primavera fúnebre”, premiado como finalista no I Concurso de Poesia da Casa de Espanha, localizada na Rua Maria Eugênia, 300, Humaitá, Rio de Janeiro/RJ.
Vamos à história da produção do poema “Primavera fúnebre”: esse texto me surgiu após assistir a um filme chamado “Reflexos da Inocência”, do diretor Baillie Walsh. Nas primeiras cenas do filme, nos deparamos com a rotina vazia do ator decadente Joe Scott, magnificamente interpretado por Daniel Craig (algumas das cenas iniciais me provocaram um misto de estranheza – a rotina, além de vazia, é um tanto bizarra – e curiosidade – aonde essa p... de filme quer chegar?). Com o tempo, Joe Scott vai tendo flashbacks de seu passado, de sua adolescência (dos tais “reflexos da inocência”) e, junto com o personagem, mergulhamos num universo de lembrança de um tempo de pecados inocentes (com cenas antológicas, como a que Joe jovem e Ruth dançam ao som de David Bowie e Roxy Music – a primeira e a segunda estrofes de meu soneto devem muito a essa cena), causadores de uma inesperada tragédia. A sensação de tempo perdido, o leve desespero de rever amores e sensações que não podem retornar mais, o luto que cobre todo o presente com uma tensa nuvem melancólica, todos esses ingredientes foram me sensibilizando, desfazendo a estranheza inicial e tornando o filme “Reflexos da Inocência” inesquecível para meus olhos cine-fanáticos. Consequentemente, o filme se tornou o principal muso inspirador para o poema “Primavera fúnebre”, com o qual cheguei à final do I Concurso de Poesia da Casa de Espanha. O filme pode ser encontrado no fodástico blog de filmes cult "Sonata Prèmiere", no seguinte link: http://sonatapremieres.blogspot.com.br/2014/01/reflexos-da-inocencia.html.
Na etapa final do concurso, não consegui os almejados primeiros lugares, nem o prêmio de declamação, porém fica o orgulho de pertencer ao seleto grupo de finalistas do Concurso de Poesias da Casa de Espanha, organizado pelo Núcleo de Artes Federico Garcia Lorca – núcleo artístico com o nome de um dos poetas espanhóis que mais amo neste universo poético -, fica o registro da declamação de meu poema em novo espaço, o diploma de finalista e a honra de saber que meu poema, juntamente com os fodásticos poemas dos outros finalistas, fará parte de uma antologia a ser lançada em setembro do ano que vem!
Abaixo, deixo para os amigos leitores o premiado poema finalista, inspirado nas sensações que o filme “Reflexos da Inocência” me provocaram, e o vídeo no qual interpreto o poema.
Boa leitura e Arte Sempre!

Primavera fúnebre

Deitados sobre o tapete amarelo,
deixávamos a canção nos levar
pra Era de Aquário, pra aquele castelo
erguido em sonho, suspenso no ar.

Perdidos no espaço, longe do lar,
voávamos por um mundo mais belo,
ah, no infinito da sala de estar,
sem o efêmero que agora martelo...

Silêncio é, hoje, o som mais tocado;
no tapete amarelo, falta vida;
a sala de estar não tem mais sonhado.

Minha bela pra sempre adormecida,
é triste ver teu corpo tão calado,
sem sorriso pra esta tarde florida...

Vídeo: Carlos Brunno apresenta sua Primavera Fúnebre na final do Concurso de Poesia da Casa de Espanha


Trailer do filme "Reflexos da Inocência":



sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

É Ouro! É Ouro: O premiado poema Permissão do poeta dourado Genaldo Lial da Silva

Dos diversos poetamigos com os quais mantive contato neste ano de 2014, nenhum cresceu tanto e elaborou fodásticos poemas mais febrilmente que ele. Seu nome é Genaldo Lial da Silva, o professor-poetatleta mais obstinado do Brasil, dono de alguns dos poemas mais-que-fodásticos deste ano. Sua força lírica é tão avassaladora que, na sua segunda disputa em concursos literários, o artistamigo já conquistou a Medalha de Ouro, no XXV Concurso de Poesia da Academia de Letras de Paranapuã (ALAP)!
Há muito tempo que eu anuncio aqui no blog que, por mais que muitos desdenhem de minhas análises, a qualidade dos poetamigos que lanço aqui nas Solidões Compartilhadas é inquestionável e que todos os artistamigos compartilhados merecem todas as honras e sempre irão brilhar. E alguns continuaram a desdenhar... tsc, tsc, como diria Zagallo, agora vão ter que me engolir, pois mais um poetamigo lançado aqui levou sua arte ao infinito e, mais uma vez, brilhou (e – já adianto – há de brilhar ainda mais!)! Parabéns, atletartistamigo dourado Genaldo Lial da Silva, você merece todos os louros que recebeu e muito mais!
Tenho a honra de hoje compartilhar com os amigos leitores o mais-que-fodástico poema premiado do poeta dourado Genaldo Lial da Silva, o iluminado “Permissão”, juntamente com o vídeo, no qual o poetamigo fala sobre o poema e o declama para o público fascinado da Cerimônia de Premiação do XXV Concurso de Poesia da ALAP, realizada no dia 08 de dezembro de 2014, segunda-feira, às 16 horas, no auditório da FALB/FALARJ, na Lapa, centro do Rio de Janeiro/RJ.
Boa Leitura e Arte Sempre, amigos leitores!

Permissão

Permitam-me aflorar meus sentimentos
Permitam-me expressar coisas da alma
Permitam-me falar neste exato momento
Qualquer coisa que acalenta e acalma

Pisar descalço na grama macia e molhada
Em cima da árvore comer o fruto bem maduro
Ouvir a orquestra de pássaros na alvorada
Depois de ter curtido da noite o seu escuro

Correr nas matas como outrora se fazia
Sentir a chuva molhando o nosso rosto
Soltar pipa logo quando vem a ventania
E degustar da boa comida o seu gosto

Se eu pudesse em todos os meus dias
Apreciar as coisas mais simples e belas
Então, a todo prontamente eu diria
Que na simplicidade a alma se revela

Permitam-me viver em boa sintonia
Com o universo natural que nos criou
Que espero conseguir com esta poesia
Servir de exemplo por aquilo que eu sou

Permitam-me excluir a soberba da vida
Abraçar a simplicidade como companheira
Encontrar nas pequenas coisas a contrapartida
Pra viver, então, uma vida verdadeira.
Genaldo Lial da Silva (Medalha de Ouro – Categoria Adulto)

Vídeo: Genaldo Lial brilha na Cerimônia de Premiação do XXV Concurso de Poesia da ALAP




quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Pianista: O meu poema antinazifascismo premiado ou a segunda guerra mundial dentro de meu eu lírico cinefanático

Um dos filmes sobre Nazismo e Segunda Guerra Mundial que mais me marcaram nas últimas décadas foi o premiado (ganhador da Palma de Ouro em Cannes 2002) “O pianista”, de Roman Polanski, inspirado na biografia com título homônimo do artista Wladislaw Szpilman (quem quiser baixar e assistir ao filme, recomendo o link do fodástico blog cult “Sonata Prèmiere”: http://sonatapremieres.blogspot.com.br/2012/03/o-pianista_705.html ). Poucos filmes encheram tanto os meus olhos cinéfilos de desespero (diante da violência dos soldados nazistas com os judeus na Polônia invadida e da corrida alucinante do protagonista [fenomenalmente interpretado por Adrien Brody] por meios e refúgios para sua sobrevivência) e de desenfreado lirismo (a eterna melancolia, medo e cansaço do protagonista diante do ambiente alucinadamente violento com o qual convive e a sensação de inutilidade e impotência devido a sua abstinência forçada com a prática de sua arte, com sua música – é, o fato de o protagonista ser artista e ser impedido de manifestar seu dom artístico afetaram ainda mais minhas emoções diante do filme [por sinal, duas cenas antológicas, que jamais esquecerei, são a que ele se depara com um piano, mas, tendo que se silenciar pra sobreviver, toca o instrumento apenas com o pensamento e a que ele se vê inadvertidamente solitário em meio a Polônia destroçada e, finalmente, realiza o seu desejo: tocar um piano, chegando a sensibilizar até o oficial nazista que surpreende o pianista judeu refugiado]). Sei que minha opinião, no caso desse filme, é mais emotiva que racional, mais considero “O pianista” como uma das obras-quase-primas (considero que, nos momentos finais, o filme perdeu um pouco o ritmo em comparação aos momentos muito tensos de seu clímax) de Polanski.
Devido a essa experiência cinéfila visceral com o filme de Polanski, acabei lendo a obra que a originou – tanto que recomendo o livro “O pianista”, que traz outra visão (diferente, mas tão maravilhosa quanto a do filme), pois é uma autobiografia, ou seja, a narração dos acontecimentos são em primeira pessoa (deixando alguns momentos até mais tensos e mais pesados que os que o filme conseguiu expor). Além disso, esporadicamente, em parceria com os professores de História, outrora Andressa Prado e Kelly Sodré e atualmente Rafael Faraco, costumo exibir e trabalhar a análise do filme com os alunos. Quando o projeto foi originado por mim e por Andressa, o batizamos de “A segunda guerra mundial dentro de nós”, em homenagem ao romance infanto-juvenil do escritor curitibano Paulo Leminski. O projeto com várias outras etapas foi defendido por Andressa na 1.ª edição do Concurso “Fazer-se Professor” (2010) e conquistou, merecidamente, o segundo lugar. Em respeito a toda essa trajetória, uso até hoje esse nome original do projeto, quando trabalho o assunto “Segunda Guerra Mundial” nas aulas interdisciplinares de Português-História. A etapa, na qual os professores de História e eu exibimos o filme “O pianista”, é, talvez, o momento de clímax mais revelador e poético do projeto, pois revemos o filme com um ingrediente lírico a mais: vemos as reações dos nossos alunos, sua interação assustada com a adaptação cinematográfica de um momento histórico recente (os fatos de ter acontecido a menos de 100 anos atrás e de ainda haver defensores do nazifascismo tornam essa matéria de História assustadoramente próxima de todos nós).
As aulas expositivas sobre o assunto e a exibição crítica de filmes como “O pianista”, somado às exibições do didático (e mais próximo da linguagem adolescente) “Matemática do Diabo” e, atualmente, do comovente “O menino do pijama listrado”, já me proporcionaram aulas mágicas de Produção Textual com os artistalunos, tanto que vários poemas e contos deles ganharam destaque em concursos literários nacionais, como o Concurso de Poesia da ALAP. Como a minha prática escrita é vampiresca (ver os artistalunos se dedicarem na produção textual de um tema renova minha arte e me inspira a escrever também intensamente sobre o mesmo assunto), depois de anos realizando o projeto “A segunda guerra mundial dentro de nós” e assistindo ao filme “O pianista” tantas vezes sozinho e tantas vezes com os artistalunos, finalmente um poema amadureceu em mim, inspirado no filme e a tudo que vi a partir das diversas sessões da obra nas aulas. Batizei o poema com o mesmo nome do filme e do livro, ou seja, o nome do poema que escrevi é “O pianista”. Pra absorver a atmosfera de contenção forçada pela qual o protagonista do livro e do filme passa por não poder tocar o piano, metrifiquei os versos da primeira até a penúltima estrofe, libertando-me na última, quando, na minha versão lírica, o pianista se descontrola e deixa que sua arte grite pelos dedos que, finalmente, tocam o piano. Minha homenagem lírica ao filme “O pianista” parece ter sido bem sucedida, afinal tive a honra de ser premiado com a Menção Especial na Categoria Adulto do XXV Concurso de Poesia da Academia de Letras de Paranapuã (ALAP).
Abaixo posto a obra-lírica-cinefanática premiada e o vídeo da declamação do poema na Cerimônia de Premiação do XXV Concurso de Poesia da ALAP,  que aconteceu no dia 08 de dezembro de 2014, segunda-feira, às 16 horas, no auditório da FALB/FALARJ, na Lapa, centro do Rio de Janeiro/RJ.
Pelo fim do nazifascismo e demais violências discriminatórias, desejo mais uma vez a todos vocês Boa Leitura e Arte Sempre, amigos leitores!

O pianista

O piano da sala convida meus dedos,
Pede-me os toques que apenas eu sei lhe dar,
Mas, protegido neste apartamento triste,
Infelizmente o canto preciso evitar...

Pela fresta da janela, passeia o medo,
Tropas de ex-homens que querem me aniquilar
Por julgarem que meu sangue judeu transmite
Doenças que eles precisam erradicar.

Pior que todo esse preconceito e clausura
É conviver com essa alucinada tortura
De ter um piano que não posso tocar...

Ah, que venham todos os soldados nazistas,
Que, em mim, descarreguem toda a fúria fascista!
Troco a métrica e rompo com as regras absurdas,
Meus dedos, por um sublime momento, se esquecem da guerra surda:
Toco a minha última e mais bela música – agora podem me matar!

(Carlos Brunno S. Barbosa – Menção Especial na Categoria Adulto do XXV Concurso da ALAP)


Vídeo: Carlos Brunno declama "O pianista" no XXV Concurso de Poesia da ALAP


Trailer do filme "O pianista":


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Contra o bullying e a favor do amor, das flores, da música e da poesia: Os poemas premiados dos poetalunos do CEDOT no XXV Concurso de Poesia da ALAP

Yeah, amigos leitores, não foram apenas os artistalunos da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva que brilharam no XXV Concurso de Poesia da Academia de Letras de Paranapuã (ALAP): os poetalunos do Colégio Estadual Dr. Oswaldo Terra (CEDOT), de Valença/RJ, inscritos pela mais-que-fodástica professora-escritora Juliana Guida Maia, também se destacaram, pelo segundo ano consecutivo, nesse prestigiado concurso literário!
No total, foram 16 alunos classificados do CEDOT:
Categoria Juvenil:
OURO: Marcela Helena Santos de Abreu e Rayane dos Santos Delfino.
PRATA: Reginaldo Elias Mendes de Oliveira.
BRONZE: João Pedro de Melo Nogueira, Maria Eduarda Luizetto, Douglas Damasceno da Silva, Karina A. Capitulino, Emmanuele Lilian Vargas.
MENÇÃO ESPECIAL: Gabrielly Souza e Silva e Fabrício Luiz da G. S. Santos.
MENÇÃO HONROSA: Milena Jacinto Ferreira e Milena Pimenta dos Santos.
Categoria Infantil:
BRONZE: Gabriel Eduardo T. Pereira, Iasmin Cortez e Inara Aparecida Alves.
MENÇÃO ESPECIAL: Andressa Alves Menezes.
Os poemas classificados dos poetalunos do CEDOT, em sua maioria, abordaram o tema “bullying”, trabalhado em sala de aula pela professora Juliana Guida Maia; as três exceções (três que ganharam Medalha de Bronze na Categoria Juvenil João Pedro de Melo Nogueira, Maria Eduarda Luizetto e Douglas Damasceno da Silva) traziam um tema mais livre (o poema “Coração de Rádio”, de João Pedro, por exemplo, é levemente inspirado na canção “Stereo Hearts”).
Por falta de verba, infelizmente, os poetalunos do CEDOT não puderam ir à Cerimônia de Premiação do XXV Concurso de Poesia da ALAP,  que aconteceu no dia 08 de dezembro de 2014, segunda-feira, às 16 horas, no auditório da FALB/FALARJ. Mas, nós, professores-escritores e artistalunos da Escola Municipal Alcino Teresópolis, da região rural de Teresópolis/RJ, representamos os fodásticos e talentosos poetalunos valencianos e declamamos seus premiados poemas na festa lírica da ALAP.
Abaixo posto os fodásticos poemas dos poetalunos do CEDOT e o vídeo com as interpretações dos poemas, feitas pelos artistalunos da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva (lamento, apenas, na confusão do troca-troca da câmera, não termos gravado o poema de João Pedro de Melo Nogueira, premiado com Medalha de Bronze, e declamado por mim durante o evento).
Parabéns aos premiados artistalunos da professora-escritora Juliana Guida Maia do CEDOT e artistalunos declamadores da EMAFS! Boa leitura e Arte Sempre, amigos leitores!

Bullying

Bulliyng é solidão
acaba com a autoestima
e te deixa com o coração na mão.
Bullying  te deixa mal

Enfrente os seus medos
porque isso não é normal.

Se você se sente mal
 Procure alguém pra conversar
resolver os seus medos
pra poder  te ajudar.
(Andressa - Menção Especial na Categoria Infantil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

O Mal Do Bullying 

O Bullying não é inocente
Não é brincadeira de adolescente
É só pra chamar a atenção
De gente que não tem coração

Bullying vem bullying vai
A dor que sito não acaba jamais

Posso acabar com tudo
Porque meu coração não aguenta mais
Choro pelos cantos...
Procurando meus defeitos

Bullying machuca
A pessoa que sofre inocente
Triste acaba com a família
Que sofre infelicidade
Quem pratica o Bullying
Só faz maldade!
(Gabriel Eduardo – Medalha de Bronze na Categoria Infantil no XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Bullying Machuca

O Bullying  machuca
fere, magoa
o seu coração.

Cada dia que passa
você perde
a sua emoção.

Pois você perde
a sua razão
porque não quer
mais viver.

É horrível sofrer bullying,
pois você fica depressivo.

O bullying é errado,
pois temos que tratar
os outros com amor!
(Iasmim – Medalha de Bronze na Categoria Infantil no XXV Concurso de Poesia da ALAP)

O Bullying

Bullying é uma coisa chata
Quem sofre  fica muito chateado
E quem  testemunha fica chocado

Quem  tem amor
não tem solidão
quem tem amor
não pratica e nem faz Bullying!        

Bullying é violência
que magoa o nosso ser.

Bullying é perdição
acaba com o meu coração.
(Inara – Medalha de Bronze na Categoria Infantil no XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Bullying

Bullying não é legal, faz muito mal
Não só por fora, mas também faz muito mal por dentro
Quem é vítima de bullying se sente diferente
Fica cada dia mais triste

As vezes pensava que isso um dia ia se acabar
Mas a pessoa  acaba mesmo é com marcas no corpo e na alma
Que nunca irão ser apagadas


Fica com ódio de si mesma, se sente inútil
E às vezes acha melhor o suicídio...

O maior defeito que um ser humano pode ter
É praticar bullying...

Ele sufoca os pensamentos, distorce os sentimentos,
Deixa a pessoa confusa
Bullying pode levar a morte!
É uma perdição!
Nunca deveria existir!
(Milena Jacinto Ferreira - Menção Honrosa na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Bullying

Bullying quer dizer que
O valentão está  por cima
Colocando apelidos
Nos fraquinhos.
Mas do mesmo jeito
Está em baixo
Perdendo a razão
Com o próprio coração.
O fortinho coloca
Apelidos nos fraquinhos
Porque eles sabem que
O fraquinho não
Sabe se defender sozinho...
Os fortinhos não pensam
Que um dia o fraquinho pode
Pensar mais que eles
E se tornar mais do que ele
E se tornar igual a ele
Fazer com que ele pense
que o mundo dos fortinhos
é maior do que o dele.
(Milena Pimenta - Menção Honrosa na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Bullying é Péssimo

O Bullying é péssimo para quem pratica e para quem sofre
A pessoa que sofre pode estar rindo pra você
Mas pode estar chorando por dentro
Isso não é nada legal,
Magoar alguém...

Algumas pessoas se matam de tristeza
Amargura, infelicidade
Não sabem  a quem procurar
E acontece esta tragédia.

As pessoas que sofrem se isolam
choram em cantos,
algumas pessoas são apelidadas como:
gordo, orelhudo, preto, macaco, etc.

O Bullying é o defeito maior do ser humano
é uma coisa ruim,
O Bullying  tem  consequências  como:
suicídio, isolamento e infelicidade.

O Bullying não se deve fazer
 principalmente por você
se olhe antes,
 veja os seus defeitos
antes de olhar os dos outros
e nunca  pratique  bullying!
(Gabrielly  - Menção Especial na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

O Bullying é um Erro

O Bullying é muito errado
Por causa dele muitas pessoas
crianças e adolescentes
vêm tentando se matar.

Por isso eu não gosto de brincar desse jeito
Botando apelidos nas pessoas
Isso gera violência, morte, brigas.

Já aconteceram várias mortes
um menino de 12 anos se matou usando o cinto da mãe!

Eu tenho um colega meu que a gente brinca de botar apelidos
mas percebo que às vezes ele fica quieto e triste
aí eu paro de brincar e peço desculpas.

É por isso que eu não gosto de brincar disso
e dou o meu recado:
Só brinque com quem brinca com você!
(Fabrício Luiz - Menção Especial na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Coração de Rádio 

Meu coração é um rádio
Sintonize meus sentimentos nos seus
Para que a batida desse coração seu
Seja a mesma que o meu.

Faça-me o seu rádio
Ouça com atenção
Esta simples melodia
Para que você aumente o volume deste pobre coração

Então me diga
Se eu fosse um rádio antigo e pesado
Você me deixaria em uma prateleira todo empoeirado?
Ou me carregaria no ombro por quer que você andasse?
Sem nenhuma conclusão, pediria apenas
que nunca me  desligasse.

Se eu pudesse encontrar uma nota pra você entender
Diria para que você não me fizesse calar
Pedia para que cantasse junto e me levasse pelas mãos
E que conhecesse esse rádio
que é apenas meu coração.
João Pedro Nogueira – Medalha de Bronze na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Dama da Noite
(Flor)

És minha linda
És meu amor
A dama da noite
Que um dia foi minha flor.

Tu foste  voar
Para tão longe ficar
Numa noite escura
Que eu venha lembrar.

Pra sempre ficará
No meu coração
Como uma dádiva canção
A mais linda das flores
Que veio desabrochar.

Quando te vi
houve um tempo e um lugar
Eles serão sempre lembrados
Para que um dia eu possa lembrar
Do meu amor por ti
Que nunca se apagará.
(Maria Eduarda Luizeto – Medalha de Bronze na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Um Pedido
Faço somente um pedido: se for para caminhar
Deixe me caminhar sozinho
Para que eu siga meu caminho
Aprendendo todas as lições
As lições que a vida tem para ensinar a mim
Somente um pedido faço:
Deixe-me sozinho
Que meu caminho eu mesmo traço

Se for para chorar, deixe-me chorando
Se for para pensar, quero ficar somente sozinho
Se for para escrever, farei um pedido:
Deixe-me perdido em ilusões
Simplesmente esse pedido faço
(Douglas Damasceno – Medalha de Bronze na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Bullying

Bullying é uma coisa que magoa
Te faz chorar
Muita gente pensa em se matar
E as pessoas praticam o bullying  sem pensar
E quem pratica não tem consideração
Porque adora debochar, maltratar, humilhar
desvalorizar o coração
Mas tudo mundo tem defeitos
E para  aliviar a dor de quem sofre o bullying
É só não revidar
O importante é sermos nós mesmos
Não o que os outros acham
Então, por isso, não devamos praticar o bullying
Para não vermos as pessoas chorarem.
(Karina Alves – Medalha de Bronze na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Bullying  

O bullying é uma violência
Que causa consequência...

Que machuca quem escuta
nesta vida,tanta luta
que perturba quem escuta ....
                                                                          
Que discrimina....
Que irrita e intimida...
Que acaba com uma vida....          

BULLYNG é internacional 
destrói com a paz mundial e global...
BULLYING  traz problema
sempre causa consequência...
não consigo entender porque tanta violência....

Para o mundo melhorar
a maldade tem que  acabar
e nunca mas voltar ....

Paz amor e atenção
tem que manter Deus no coração!
(Emanuela Lilian – Medalha de Bronze na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

A Dor do Bullying

Meu coração
Minha alma
no mar de dor,
dor consequência do bullying.

Bullying não e brincadeira de criança
Machuca o coração e fere a alma.

Traz temores e dor na família
quem sofre quer morrer
Esse é o meu caso e de alguns colegas de classe.

Quem sofre o bullying se sente derrotado
Uma dor que não acaba
Isolado da família

Tristeza...
Não estou pensando em suicídio
Mas já pensei não posso negar
Porque já sofri demais
E ainda sofro

Choro calado às noites para ninguém ver
Preciso escrever, não porque me pediram,
Mas para aliviar...

Não me venham mais com o bullying
Porque eu já cansei de sofrer!
(Reginaldo Elias – Medalha de Prata na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

Bullying

Bullying não se pode nem imaginar
pois tem gente  que vai imitar.

É um tipo de coisa que é bem amarga
e  que ninguém se sente amado.

Bullying tem gente que sofre 
não é fácil como escrever  uma estrofe.

O bullying  precisamos excluir,
pois algumas mentes ele vai poluir.

Bullying é uma coisa que não pode se estabelecer
tem gente que precisa  entender .

Bullying  é como escravidão 
sempre acaba em solidão .

Tem pessoas  que fazem bullying sem consciência
de que leva a muitas consequências .
(Marcela Helena – Medalha de Ouro na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)

O Bullying

Não sei o que aconteceu
Mas esse ano doeu
Na escola ninguém me dá bola

Não sei o que fiz
Mas não gostam de mim
Me colocam apelidos, me xingam e riem de mim...

Suor nervoso quando sei
Que estão falando de mim
E quando tem trabalho em grupo
Sei que serei o único a sobrar
Penso em correr, gritar, chorar
Mas não faço nada além de me lamentar...

O bullying é perdição
Marca o coração!
(Rayane dos Santos Delfino – Medalha de Ouro na Categoria Juvenil do XXV Concurso de Poesia da ALAP)


Vídeo: Poemas dos poetalunos do CEDOT, interpretados pelos professores-escritores e artistalunos da Escola Municipal Alcino Teresópolis, brilham no XXV Concurso de Poesia da ALAP


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