quinta-feira, 22 de junho de 2017

Solidões Compartilhadas: Os superfodásticos versos ferinos de Albinno Oliveira Grecco

Hoje tenho a honra de compartilhar minhas solidões poéticas com um poetamigo superfodástico que eu admiro demais: Albinno Oliveira Grecco! Autor da página de poemas “Versos Ferinos” no Facebook (segue o link pra curtir, ler, reler fodásticos poemas e refletir:  https://www.facebook.com/albinnogrecco/ ), Albinno é um dos grandes destaques da poesia sul fluminense contemporânea, sempre abordando temas atuais – como a corrupção política e o estado alarmante de crise moral em nosso país – e lírico-filosóficos (como os perigos da traição, da lamentação desnecessária, etc). Para ilustrar de forma ampla essa solidão compartilhada, trago 3 poemas da página “Versos Ferinos” (relembrando o link pra curtir, ler, reler fodásticos poemas e refletir:  https://www.facebook.com/albinnogrecco/ ): “Safadas raposas”, “Sabor amargo” e “Arena Brasil”.
Em tempo:  Albinno Oliveira Grecco está entre os dez poetas indicados da região para o Prêmio Olho Vivo 2017. E você, amigo leitor, pode votar nele no seguinte link  a seguir: http://zip.net/bmtKQS. É só fazer o login pelo Facebook e votar!
Em tempo II: No ato cultural em favor da Greve Geral ,que acontecerá em Valença/RJ no dia 30/06, pretendo declamar um dos poemas fodasticamente ferinos de Albinno Oliveira Grecco, se o poetamigo me permitir.
Boa leitura ferina, amigos leitores! Abração e Arte Sempre!

Safadas raposas (Albinno Oliveira Grecco)

Raposas temerosas.
Raposas matreiras.
Raposas engravatadas.
Raposas do congresso.
Raposas de propina.
Raposas imorais.
Raposas consensuais.
Raposas marqueteiras.
Raposas ordinárias.
Deitam e rolam nas nossas fuças.
Sapateiam na cara do povo.
O país está jogado ao relento.
Abandonado.
Arruinado.
Achincalhado.
Enxovalhado.
Um verdadeiro corrimão.
Todos passam a mão.
Meu povo, darei o ultimato:
Se isso não terminar, o final não será bom.

Sabor amargo (Albinno Oliveira Grecco)

Qualquer dor física é menor que a traição.
Atire a primeira pedra quem nunca foi traído.
Estejamos convictos de uma coisa:
A traição é corrosiva.
Impiedosa.
Cruel.
Violenta.
Machuca.
Sangra.
Moral abalada.
Arrasada.
Dilacerada.
Estraçalhada.
Estilhaçada.
Dedicação posta em xeque.
Um sabor amargo.
Pôr a mão no fogo por quem não merece.
Só quem é passado pra trás reconhece a desilusão.
Portanto, minha senhora!
Portanto, meu senhor!
Não lamentem o leite derramado.
Não se descabelem por migalhas.
Não se desesperem por ninharias sentimentais e amorosas.
O que não mata, fortalece.
Aprendemos com os erros.
Somos gratos por todas as traições.
Somos maiorais as nossas quedas.
Arrumem-se!
Resignem-se!
Ergam as cabeças!
Pois o melhor da vida é (re)começar!

Arena Brasil (Albinno Oliveira Grecco)

Povo brasileiro. Povo enganado.
Povo à deriva. Povo atordoado.
Fatigado.
Exaurido.
Arrebentado.
Estraçalhado.
Ferido.
Injustiçado.
Lesado.
Fudido.
Por um demente.
Temeroso demente.
Ordinário matreiro demente.
Ordinária raposa matreira.
Conturbada previdência.
Tememos a ignorância.
Ignorância desenfreada.
Ignorância desmedida.
Aposentadoria inalcançável.
Deformada aposentadoria.
Desarticulada aposentadoria.
Nação brasileira. Nação proletária.
Nação alienada. Nação pão e circo.
Nação comodista.
O bolso vazio.
Sem salário.
Sem ordenado.
Cartão estourado.
Conta no vermelho.
Engravatados abastados.
Corporativos engravatados.
Fazemos o papel de trouxas.
Nos permitimos ser chamados de trouxas.
Infelizmente.
Estamos na cova dos leões.
Enorme arena chamada Brasil.
Eternas marionetes.
Do poder.
Do porco poder.
Do podre porco poder.

Um comentário:

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