Magia psicodélica
Uma nuvem cinza de Londres
(talvez vapor do último trem
no qual Sweet Lorde George embarcou e tocou
o último solo de uma canção
que jamais compartilhou)
flerta com os céus de um bairro sereno
de uma cidadezinha qualquer
num canto do Brasil.
A tarde é nublada, mas os ventos me sorriem,
magia psicodélica do dia em que comemoramos
o aniversário de Gilson Gabriel
e de outros poetas suseranos
da arte democrática, sem absolutismos.
Hoje é o dia em que a chuva ameaça chorar,
mas se controla - nenhuma lágrima vai nos ferir;
hoje é só uma triste ameaça que não nos ataca,
Hoje é uma tarde feliz que nos embriaga.
É hora de glória, de orar
sem obrigação de rezar para um qualquer deus,
hoje somos todos deuses ateus
abençoados pela santa cerveja
que os amigos deixam sobre minha mesa.
Outro amigo me abraça,
há quanto tempo a vida passa
sem te ver?
Outro amor me afaga,
olá, folia desvairada,
é bom rever você!
É outra festa da vida sem despedidas,
é a vida insistida,
latente, infinita,
brindada com pinga com mel
sem ressaca, sem fel:
é outra tarde de incont(roll)ável alegria
na casa festiva de Gilson Gabriel.
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